Em Revista da Cimlop, Sérgio Sobral fala sobre tendências para 2015
O presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Sergipe (Creci-SE), Sérgio Sobral, foi destaque na mais recente edição da Revista Cimlop – Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa –, entidade da qual ele é vice-presidente. Em duas páginas da publicação, ele apresenta um artigo onde fala sobre as tendências do mercado imobiliário no Brasil em 2015, fazendo uma análise bastante detalhada.
Sobral inicia o texto lembrando que neste ano o boom do mercado imobiliário, propiciado por mudanças na legislação a partir de 2005, vai completar uma década. Neste período, segundo ele, recursos para o crédito imobiliário voltaram com fartura ao mercado, tanto nos bancos públicos como no sistema financeiro privado. Associado a outros fatores intrínsecos àquele cenário, a ampla oferta de crédito aqueceu o setor e trouxe de volta ao primeiro plano o acalentado sonho da casa própria.
“Com um déficit habitacional estimado, à época, em onze milhões de unidades, muitos lançamentos, financiamento em abundância, disponíveis também para a aquisição de imóveis usados, e clientes ávidos por conquistar uma propriedade, os preços subiram em escala geométrica”, analisa. O presidente do Creci diz que este cenário chegou a gerar especulações sobre uma possível bolha imobiliária nos trópicos, num equivocado paralelo com o mercado norte-americano.
Ele ainda é categórico em dizer que “os preços dos imóveis no Brasil já atingiram o teto aceitável pelo atual poder aquisitivo, e não há mais espaço imediato para novos aumentos”, por isso, para Sobral a estabilização de valores que acontece desde o final de 2013 deve persistir, fazendo com que possíveis correções apenas acompanhem os avanços inflacionários. “Quem aumentar preço, para comercialização ou locação, poderá ver seu produto “na prateleira” por um longo período”, acredita.
Por outro lado, ele é otimista e diz não apostar em queda dos preços, o que constitui certa tranquilidade para os investidores do mercado. “O segmento imobiliário brasileiro estava estagnado há anos, mas a partir da década passada, o Governo Federal reinseriu programas e políticas habitacionais entre suas prioridades. Assim, após longo e tenebroso inverno, veio a primavera para o mercado imobiliário”. A conjuntura, favorável, foi contagiada por uma euforia que levou a uma valorização em cadeia.
Os imóveis, insumos, mão de obra, terrenos. Tudo subiu de preço nessa cadeia que, reaquecida, passou a responder por 18% do PIB brasileiro. Agora, é hora de rever custos e valores. Para 2015, o presidente do Creci-SE acredita que o setor imobiliário deverá se concentrar na comercialização das propriedades que já estão prontas, e que os lançamentos serão poucos e pontuais, alertando ainda sobre a elevação dos juros da Caixa Econômica Federal para financiamento imobiliário e o governo aumentou os custos dos empréstimos bancários, inclusive os destinados à compra de imóveis.
E para Sobral, esse novo cenário aponta para a valorização da criatividade. Ele sugere novas alternativas, como consórcio imobiliário, o financiamento direto, entre outras, que poderão retomar o espaço que já ocuparam. “Enfim, os ingredientes de que dispomos, no momento, disparam um sinal de alerta. Mas a história ressalta: as crises podem gerar sequelas, mas também geram muitas oportunidades”, conclui.