Um estudo da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC) projeta, para o mercado imobiliário em 2021, um crescimento entre 5% e 10% ante 2020. A estimativa também considera um crescimento em torno de 3,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano, o avanço de reformas como a administrativa e a tributária, e a manutenção das taxas de juros do financiamento imobiliário em patamares baixos.
Para o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Sergipe (CRECI-SE), Sérgio Sobral, o que poderia, no entanto, frustrar essa projeção é os preços dos insumos e o risco de desabastecimento de produtos.
Segundo Sérgio Sobral, “isso faz com que o setor ainda tenha receio em novos lançamentos, principalmente depois da suspensão do Programa Casa Verde e Amarela”. O mercado é muito sensível às ações do governo e “Toda ação adotada, gera um efeito. Se por um lado temos que ter otimismo, por outro, precisamos de cautela”, concluiu.
O superaquecimento dos custos afeta também as margens de rentabilidade das empresas como no caso de unidades do Casa Verde e Amarela já vendidas. Isso acontece porque no mercado de baixa renda não há correção das parcelas dos clientes pelo INCC, pois o cliente é encaminhado para o financiamento bancário logo após fechar o contrato com a construtora.
Fora do Casa Verde e Amarela, a solução das empresas tem sido repassar os ajustes para o preço final dos imóveis. Aí, sim, os contratos são corrigidos pelo INCC, o que ajuda a preservar as margens. Por outro lado, há uma preocupação do empresariado de que o reajuste expressivo onere excessivamente os mutuários e acabe por gerar incapacidade de pagamento.